Em
qualquer lugar do planeta terra, sejam nas florestas, serrados, montanhas,
vales, rios, mares ou oceanos, encontramos preciosas lições que dizem que o
verdadeiro poder anda de mãos dadas com a quietude. São muitos os
acontecimentos que se dão em silêncio. Pois bem. Reparem que o sol nasce e se
põe em profunda calma, penetra suavemente pela vidraça de uma janela, sem a
quebrar, mas antes, acaricia as pétalas de uma rosa que se abre numa floreira,
sem a ferir, depois, passa pelo vão quadriculado, beija a nossa face, sem nos
acordar. Lá no infinito universo as estrelas e as galáxias giram em torno de
suas órbitas com extraordinária velocidade pelas inexploradas vias do cosmo,
mas, por incrível que pareça e até em respeito aos seres humanos e extraterrestres
sei lá se existem, nunca dão sinal de sua presença pelo mais leve ruído. E veja
o oxigênio que respiramos o poderoso mantenedor da vida, este penetra em nossos
pulmões, circula discretamente pelo nosso corpo e nem lhe notamos a presença.
Hoje,
ao ver os reservatórios de águas se esvaziando em face da escassez de chuvas,
situação provocada pelo próprio homem em face do desmatamento, queimadas e
descarga de resíduos poluentes nos rios, hão de convir que a maioria dos seres
humanos ainda não aprenderam a ouvir o silêncio da natureza, o seu clamor, o
seu pedido socorro e nem captar os sons interiores da sua alma. Aprender a
ouvir; aprender a respeitar o seu eu, aprender a valorizá-la e voltar a ser
verdadeiramente humano e não um animal irracional, um depredador; aprender a
respeitar o templo em que vive – a terra, o seu próprio corpo e o santuário que
é a vida; aprender com o silêncio da natureza a valorizar o seu dia; aprender a
enxergar em você às qualidades que possui e descobrir as imperfeições,
despertando a sua consciência ambientalista em prol de um mundo melhor e
daquilo que precisa ser aprimorado em se tratando a proteção à natureza.
Estas e tantas outras são as razões para aprendermos com
o seu silêncio, sabendo que ela produz o nosso alimento, nos dá vida e nós só
precisamos fazer a nossa parte de modo racional, olhar o lado certo e não
destruí-la como fazem muitas pessoas em tudo o mundo. Porque não procuramos
ouvir e entender o seu silêncio, quando tenta nos mostrar que a falta de chuvas
são ocasionadas em razão das áreas devastadas e que, sem vegetação, ficam completamente desprotegidas provocando
erosões e outras catástrofes naturais. Toda a terra que se desgasta logicamente
vai para as áreas mais baixas, como o leito dos rios, causando inundações. Sem
falar da queda de barreiras nas estradas de onde se desprendem enormes pedras
que caem sobre as rodovias, assim como de desmoronamentos de construções nas
encostas que provocam tragédias fatais quando ocorrem chuvas torrenciais ou as
finas ininterruptas.
Outros
exemplos de impactos ambientais são aqueles gerados pelas atividades
industriais e veículos, que através das emissões gasosas de suas chaminés e
canos de escapamento provocam a chuva ácida, que nada mais é que a queima do
carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de
enxofre (SO2) e de nitrogênio (NO2) na atmosfera. Esses gases parecem ter
combinado à surdina com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor
de água. O resultado são as chuvas ácidas: as águas de chuva, assim como a
geada, neve e neblina ficam carregadas de ácido sulfúrico e/ou ácido nítrico.
Ao caírem nas superfícies, alteram a composição química do solo e das águas,
atingem as cadeias alimentares, destroem florestas, lavouras, atacam estruturas
metálicas, monumentos e edificações.
Caro
leitor, quando assisti através da televisão reservatórios e rios secando por
falta de chuvas, lembre-se de que a culpa é do próprio ser humano que não a
respeita e nunca procurou aprender a ouvi-la, mas se ela pudesse gritar sabe
que de nada adiantaria e nem traria o respeito que ela merece. Ela quer apenas
que a ouçamos e entendamos o porquê do seu silêncio. Se pudesse se manifestar
coitado dos depredadores! Ela quer que aprendamos a aceitar o fato de que nós é
que a estamos destruindo e nunca reparamos o mal que lhe causamos e nem
valorizamos a beleza que ela nos oferece. Tudo tem um ciclo, como as marés que
insistem em ir e vir, como os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar, e ou
mesmo como a Terra, que faz a volta completa sobre seu próprio eixo.
Mesmo sendo um ambientalista sinto-me impotente diante de
tantas atrocidades e desrespeito com a natureza e às vezes, sou obrigado a
ficar em silêncio como ela, mas em certos momentos, ainda tento compreender os
desabafos do já silenciado monjolo, que se apodrece em barros fétidos, porque o
rego de água também secou. Fico em silêncio para poder ouvir o
cântico enlutados dos pássaros que se aglomeram nos galhos
secos de uma árvore milenar. Fico em silêncio porque vejo a fauna, flora e florestas
destruídas, rios secando, hidrovias paralisadas e alguém ainda querendo
fazer transposição de um rio importante que há anos pede socorro. E como não se
lembrar dos pilões que socavam milhos, arroz, café e amendoim que se
sucumbiram ao tempo, marginalizados, esquecidos... E quantas famílias
sobreviveram do trabalho gratuito do monjolo, dos moedores de cana que
produziam aguardente e rapadura, que hoje perambulam pelos campos à mercê da
fome, do frio e da doença, por mero descaso daqueles que, dotados de espírito
corrupto, egoístas, desumanos e sede de poder, por ausência absoluta de Deus,
continuam gerando e massacrando esse povo trabalhador, deixando-os amordaçados
como aconteceu com os “monjolos da vida”...
Diante deste silêncio que paira na natureza, eu e você temos que continuar firmes sem renegarem a mais
perfeita quietude e benevolência. Jesus demonstrou a Sua grandeza, permanecendo
sempre em harmonia, sem perturbar-Se em momento algum. Então caro leitor,
prossigamos, buscando sempre que possível, o colo, a paz espiritual e o
recolhimento que a mãe natureza nos oferece, mas aprendendo a respeitá-la,
escutá-la e defendê-la. Não somos donos
do mundo e o que o homem faz com ela é inadmissível e se continuar a
desrespeitá-la, estará cavando a sua própria sepultura.
Possamos todos ter essa atitude... Pois juntos somos mais fortes!
ResponderExcluirE a Mãe Natureza agradece.