Terça
e quarta-feira findas ao assistir a TV Senado, fiquei indignado com as manobras
do Presidente da Casa Renan Calheiros para aprovação da PLN 36 que altera a LDO
– Lei de Diretrizes Orçamentárias. Em primeiro ato, negou pedido de trinta e
seis parlamentares da oposição e de alguns da situação que pediram a abertura
das galerias do plenário; em segundo ato, além da arrogância que lhe é
peculiar, cinismo e falta de respeito aos eleitores brasileiros que
presenciaram ele atender apenas um pedido, por sinal, de uma deputada petista
que pediu a retirada dos manifestantes porque se sentia ofendida, e Renan, de
forma ditatorial determinou aos seguranças que retirasse as pessoas da galeria
que assistiam ao debate, o que foi feito com agressividade e covardia. Uma
senhora de setenta e nove anos foi agredida brutalmente e de forma covarde. O
presidente foi obrigado a encerrar a sessão, a qual teve continuidade no dia
seguinte e sob suas ordens, fecharam-se todas as entradas e nenhuma pessoa pôde
ter acesso ao Congresso Nacional – a casa do povo. Fiquei deveras indignado!
A
lei em discussão que neste momento que escrevo ainda está inconclusa, mas se
aprovada, concederá uma anistia à Presidente Dilma pelo não cumprimento da meta
fiscal. Na realidade, os partidos da situação votaram pela aprovação de uma lei
que nada mais é do que uma fraude à fiscalização para evitar que a presidente
venha responder por crime de responsabilidade fiscal. O exemplo que a chefe do
Executivo dá aos brasileiros é o pior possível, pois não haverá mais Lei de
Responsabilidade Fiscal. Ninguém vai ter mais autoridade de cobrar de um
prefeito ou de um governador que cumpra também os seus percentuais mínimos de
investimento em saúde e educação. Por que a presidente pode descumprir e o
Congresso Nacional dar a ela esta anistia, e os prefeitos respondem inclusive
criminalmente se não cumprirem as suas metas? Disse Ronaldo Caiado em seu
pronunciamento: “Se esta Lei for aprovada, os governadores e prefeitos, virão
na esteira do mal feito”. “É a contabilização da propina”. “É a desoneração
mais as obras do PAC transformando propina em investimento”. “Os deputados e
senadores que votarem a favor desta Lei está conivente com a corrupção”. É
verdade! Não falou mais que a verdade!
Caro
leitor, estamos vivenciando um caos político, econômico e social. Partidos se
vendem em troca de emendas parlamentar e cargos públicos para seus comandantes
e apaziguados. Quando usamos da escrita ou da fala, não bastam somente críticas
e reclamações porque elas podem se transformar em autopromoção, principalmente
se insistirmos em ficar de braços cruzados. Importante é que saiamos em busca
de informação, e se constatarmos que algum ato político nefasto interferiu em
nossos direitos que acionemos a justiça na forma da lei. Seja individualmente
ou em grupos, mas é fundamental que manifestemos concretamente a nossa
insatisfação, e não nos resignar ante os obstáculos! Não adianta resmungar e
calar! Um país jamais será democrático se não nos permitir agir conforme o
procedimento legal que o rege, e um povo jamais será livre e soberano se não
for capaz de obter civilizadamente a justiça. Já disse várias vezes e repito: A
pior cegueira de um governo ou de uma parte da sociedade que não vê, ou finge
não enxergar; surda, ou finge não ouvir; muda, mas que não admite ser;
mentirosa, porque engana a si própria que se diz cega e que não deveria se
dobrar ao poder aquisitivo lícito ou não de alguns. A sociedade brasileira deve
ser igual para todos, independentemente de sexo, raça, classe social, religião
ou região; não importam se são brasileiros nascidos no sul, centro, norte ou
nordeste. O importante que é que não nos curvemos à tirania de
pseudo-populistas e ditadores disfarçados que se autodenominam democráticos, e
que se dizem conhecedor dessas dificuldades que não vivencia.
O
importante também é que avaliemos o rumo das coisas sem perdermos o foco na
imprescindibilidade de garantir a todos os mesmos direitos, já que deveres
obrigatórios têm que cumprir. Que a corrupção de toda espécie que contamina o
Brasil seja punida de maneira igualitária, sem direito a imunidades
parlamentares ou o que quer que se assemelhe. Não podemos permitir mais
vergonha e desonra a esta nação! Que a justiça seja feita baseada na coerência
exigida para cada caso. Não importa se roubaram um milhão ou um tostão. Importa
sim que se penalize da forma estabelecida sem privilégios calcados em propinas,
delações premiadas e agrados financeiros. Estou indignado e chocado igual a um
pintinho, mas sei que esta indignação vai exigir que eu continue lutando e não
venha cruzar os braços. Vou valer do que me é de direito e continuar cumprindo
aquilo que for dever. Serei justo, pois é isto que o Brasil espera de mim!
0 comentários:
Postar um comentário