Descrença e desmotivação na sagrada familia.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Nesta segunda-feira acordei meio sonolento, pouco depois do toque da sineta do Colégio Lyceu de Goiânia, mas, feliz por ter participado no final da tarde de   domingo da grande concentração de fé na Praça Cívica e passeata até a Igreja Matriz. Como de costume dei uma folheada no jornal Diário da Manhã e logo na primeira página uma foto da passeata mostrando mais de seis mil fiéis. Com o coração em júbilo, lembrei-me de um artigo publicado anteriormente intitulado “Com tristeza e obediência” onde nele se destacava o bispo auxiliar Dom Waldemar Passini celebrando a missa, e a seu lado, sem conseguir esconder a emoção, o padre Luiz o auxiliava e certamente, com lágrimas nos olhos, assim como todos os paroquianos, que não acreditando no que estavam presenciando, participaram  incrédulos. O vocal naquele dia ficou “engasgado” e nem som teve a mesma qualidade. O padre Luiz cabisbaixo, triste e humilde permanecia inerte, com o olhar perdido na escuridão de seu próprio ser.

Não entendendo a política que impera na igreja católica, tentei ignorar a ausência de tão grande    desrespeito que me deixou descrente e desmotivado. A descrença que me toma a alma não é alheia a minha vontade e tem motivação. Todas as pessoas que vão à Paróquia Sagrada Família crêem em Deus, mas tem o Padre Luiz como pai e motivador, benfeitor espiritual e sabem que ele cumpre fielmente seu papel aqui na terra.

Certo dia, fiquei impressionado quando o meu sobrinho Túlio, tão novo, se rebelou contra o padre só porque ele tinha ralhado com seu filho durante a celebração e depois, pressentindo que tinha errado e entendendo a amplitude daquele ato em prol da educação de seu filho retorna à igreja e agora, assiste todas as celebrações; é ativo participante e colaborador.  Atitudes como estas são muitas, como são   todas as ações sociais desenvolvidas pelo Padre Luiz e o lado cristão de cada ser humano freqüentador daquele ambiente que renasce a cada dia porque todos vêem motivação em suas ações e aí não tem   descrença. Por outro lado, entendo que a igreja católica graças às atitudes impensadas, talvez ainda   oriundas de um tempo que já não existe mais, tem que rever os seus conceitos, pois hão de se convir que estamos vivendo num  mundo moderno e altamente sofisticado. Sabemos que muitos conceitos já ruíram por terra e se adiada essa revisão, o custo disso, o tempo se encarregará de dizer.

Em qualquer tipo de trabalho quanto maior for à motivação, melhor serão os resultados. A motivação diária é uma qualidade que faz diferença em qualquer lugar, até mesmo na convivência com pessoas difíceis. Motivados superamos adversidades e os sonhos tornam-se realidade. E isso o padre Luiz têm de sobra e ”tira de letra” todas as barreiras que se encontram pela frente, tanto que reconstruiu a igreja e fez várias obras sociais de grande relevância social, e muitas vezes, diante das dificuldades, nem conseguia falar e os olhos enchiam de lágrimas quando tocava no assunto durante a missa. 

 
Sei que estou insistindo novamente sobre um assunto de suma importância para a comunidade Sagrada Família e que talvez nem seja possível discutir aqui, em seus pormenores porque desconheço o que se passa por detrás das cortinas; mas, imbuído do desiderato de melhor servir e para não confundir e nem ferir ninguém, procurei economizar espaço, limitando-me a reiterar o pedido de não transferência do Padre Luiz, que para mim é insubstituível. Podem passar tempos e tempos e surgir novas gerações de sacerdotes que este é e sempre será um assunto infeliz, mas de grande relevância social.
Quanto a mim, motivos não me faltam para afirmar isso: se o Padre Luiz deixar a paróquia, também deixarei. Sugestão: Se querem o crescimento e melhorias para outras comunidades, coloque os  padres que serão transferidos para estagiarem com o Padre Luiz na Paróquia Sagrada Família. Se  tiverem o mesmo desprendimento, amor ao próximo, dinamismo, rigor, exigência, perseverança e o trabalho renovador junto às famílias carentes de outros bairros, acredito que, se resistirem e conseguir  alcançar tudo isso, poderão ser designados pela Arquidiocese.

VANDERLAN DOMINGOS DE SOUZA é advogado, escritor, ambientalista, e Diretor da UBE – União Brasileira de Escritores. Email: vdelon@hotmail.com.

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