Mila Naves e As Bolhas de Sabão

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Depois de um período eleitoral estafante, mas, feliz pela eleição de meus candidatos Dr. Joaquim  de Castro e Leonardo Vilela, só me entristeci quando vi  meu cavalo pangaré estirado inerte sobre a relva molhada. Vendo aquela cena restaram-me palavras frias que vieram colidir com o medo repentino de ter o que não se pode amar. Sentado no mourão da porteira, ouvi uma canção triste, talvez uma espécie de música a delinear traços de meus relatos, compostos de sentimentos  incompletos e histórias  inacabadas. A vida sem trilhos e sem chão parecia se desmoronar ante os pequenos milagres cotidianos e que ainda pode nos levar para lugares desconhecidos, todavia, ao tempo que tudo parece sombrio, nossos olhos  ainda tendem a brilhar e saltar quando nos lembramos da singeleza latente e dos encantos escondidos em uma linda mulher que um dia os escribas, romancistas e   poetas se curvarão diante dela e passarão chamá-la simplesmente de Mila.

Se tudo muda o tempo todo, para essa mulher nada parece mudar, pois desde a primeira vez que a vi carregava um sorriso amigo, sem maldade e sereno. Saudade deve sentir em demasia e é certo que o seu pensamento vai ao infinito e volta levando e trazendo relatos ordinários confeccionados pela saudade, pelo sentimento e pelo amor inconteste que disse alimentar pela família e amigos. As imagens que gravei em minha memória explodem em um mundo governado por anti-heróis e na sua cabeça de adolescente sei que sempre existirão noites intermináveis, e esses momentos aflitivos serão supridos com a leitura de um romance ou na elaboração de textos para o seu blog literário “Bodega Fantástica” talvez para matar esse tempo, mas tudo, com absoluta certeza, será regado de sons musicais tocados por roqueiros famosos e inesquecíveis. Torturantes horas ou não em que buscará o seu sono perdido. Entre sonhos reprisados sei que és inquieta, levanta e vai até a escrivaninha rabiscar nomes e palavras soltas. Sei que liga a TV, mas se contraria quando não se vê falar em cinema ambiental, cultura, literatura, turismo e artes que é o seu   ponto fraco. Muda de canal, alguém aparece cantando uma canção gospel que independentemente de tudo tem a paciência de ouvir, acreditando que ela lhe servirá para embalar o seu sorriso e amparar-lhe do medo que  circunda o teatro da vida.  Diante de tudo isso e com o pensamento absorto, acredito que deve deleitar-se no sofá no exato momento de seus delírios e subtrações não resolvidas. A matemática da vida e seus constantes mistérios; o silêncio estampado em seus lábios e o semblante pensativo, completam  o pequeno universo que a rodeia. Palavras que queria dizer no passado e frases incompletas não ditas no presente devem mostrar-lhe em um mosaico de acontecimentos da fria realidade escondida em seus olhos que eu defini como furta-cores. No seu Blog  Bódega Fantástica  escreve os sonhos de uma menina coca-cola, apaixonado por rock e cinema ambiental,  mas acredito também que deve deixar suas fantasias no travesseiro  quando é despertada pelo som estridente de uma freada de carro, de um latido de cão, de uma  batida no portão, de um grito de gente na escuridão ou de um despertador, que certamente, sempre lhe roubou os melhores momentos de um sonho, mas, tudo isso, não lhe tiraram a esperança em um  mundo melhor, no apoio da família, dos amigos e a fé inconteste em Jesus de Nazaré.
 
Os sonhos seus devem estar voando como bolhas de sabão e elas estão subindo e recebendo em seu corpo pequeno e redondo, cintilantes raios de sol e são levadas pelo vento enquanto espera o tempo     passar. Esperar para quê? Já é adulta – e fria como a todos os amadurecidos ou apenas reflexos que     recriava o que tinha sido até então.  Neste momento que escrevo nuvens estão cobrindo o céu enquanto o sol se torna apenas coadjuvante e luta ferozmente para raiar e  iluminar a terra neste final de tarde.  De    madrugada, antes de receber as flechadas solares, deve ter-se lembrado das bolhas de sabão que alguém soltou de um canudinho e que adoraria ser para poder flutuar no espaço e desafiar a gravidade e jamais pensar em um mundo incógnito que continua girando, sem freio, sem pressa, sem sonho, sem  expectativa e alegrias de alguns, geralmente camufladas em sorrisos irônicos. Suas palavras sábias ditas ou não ditas naquele dia ou durante sua existência e suas expectativas quanto ao futuro certo ou incerto, assim como as bolhas de sabão, tenho a certeza de que um dia levarão os seus sonhos delineados na Bódega Fantástica que serão repaginados pelo travesseiro celeste, cujas bolhas, certamente, terão destino certo: as  mãos de Deus. Não obstante venha se encontrar indecisa sobre em que parte do universo estouraria a sua bolha de sabão, sei que hoje está confiante, feliz e certa de que virão dias melhores, mas, também consciente que nesses mesmos sonhos poderão se repetir as mesmas adversidades, os mesmos temores e acalantos antes do sol nascer.
 
Namastê!!!!!



VANDERLAN DOMINGOS DE SOUZA.  É advogado e escritor – Membro da União Brasileira dos Escritores.   E-mail: vdelon@hotmail.com Autor dos Livros: Uma Pedra no Caminho; O Mistério do Morro do Além; e Espelho das Águas.

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