Usando as asas da imaginação.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A terra pedia socorro. Atônito, não tive alternativa senão em usar as asas da imaginação com o fito de alertar a humanidade. Em segundos me vi vagando pelo espaço sideral e num vôo alado, esquisito, passei por lugares distantes, inimagináveis, e sustentado pela força da gravidade ia fotografando tudo que via pela frente e lá de cima, vislumbrava a amplitude do universo que nem sabemos ter fim. As nuvens nem se assustavam com aqueles pares de asas brancas encorpadas num ser humano, mas, pareciam entender que cada uma levava consigo uma esperança,   ilusão, mágoa, ansiedade e medo.

O corpo voava mansamente rumo norte, cuja rota sequer tinha planilhas de vôo. Era apenas um corpo vagando pelo espaço de olho na natureza e com flashes certeiros fotografava oceanos, serras, milhares de meandros, savanas, lagos, matas e dezenas de rios que desaguavam  no mar. Num serrado ingente circundado por densa mata brotavam imensas queimadas que suestadas pelo vento se alastravam, soltando aspirais de    fumaça que se misturavam com as nuvens , cujo fogo devastava os últimos resquícios de verde, deixando-os esbatidos sobre a terra que chorava de dor. Aflito, observei o homem atiçando fogo que queimava a terra com suas chamas ardentes, e de forma implacável, aquele imenso serrado e matas que, silenciosos, quedavam-se sobre a terra.

Noutras regiões do planeta o homem desmatava, sugava areias dos rios, poluía o ambiente com seus milhões de veículos e grandes indústrias que soltavam gases poluentes de suas chaminés, jogando-os na  atmosfera,  formando no espaço o dióxido de carbono que provoca o efeito estufa. E foi aí que passei a entender porque tanto se noticia sobre aquecimento global. Entretanto, não adianta fugir dessa realidade. As atitudes demonstradas por cada ser humano, por mais que isso venha afligir a nossa terra,   considero que essa demonstração de descaso, caso não seja combatido, continuará sendo apenas uma gota de orvalho que não tem mãos para levantar aos céus e pedir ajuda ao Criador, pois rapidamente se evapora sob os raios de sol.

Tudo o que passei, senti, ouvi e assisti lá de cima poderá se repetir amanhã, até por extrema necessidade em se tratando de economia, mas, como não tenho asas de verdade para voar para constatar se existe prejuízo que  prejudique a economia da região afetada, não achei alternativa senão, depois de um combate inimaginável e com o coração voltado para o caminho que Jesus me ensinou,  tentar realizar outro voo, talvez, num pássaro de aço, mas desta vez, de forma mais concreta, para poder continuar de olho no depredador com o intuito de preservar e defender a natureza.

Na ânsia de preparar o plantio, o desmatamento para ampliação de sua lavoura, a limpeza de um pasto e ou mesmo colheita manual de cana-de-açúcar é que faz o homem atiçar fogo na área, destruindo a fauna e flora, empobrecendo o solo, reduzindo a penetração de água no subsolo e, em certas situações, causam  mortes, acidentes e perdas de propriedades. Não obstante tudo isso, o que mais me assusta é a poluição  atmosférica com prejuízos consideráveis à saúde de milhões de pessoas. As queimadas são associadas com modificações da composição química da atmosfera e mesmo do clima do planeta que a cada dia nos sufoca. A terra parece estar em transe e com seqüelas deixando a população mundial vulnerável, não restando ao homem  alternativa senão em buscar como último ato evocar a proteção de Deus, pois se sabe que ela ainda não está preparada  espiritualmente para receber os efeitos danosos do aquecimento global.

Usando as asas da imaginação como forma de alertar o leitor percorri também a estrada da vida e durante o voo pude vislumbrar momentos de desespero em face dos desastres naturais provocados pelo próprio homem. Foi  através dessa viajem  imaginária, observando os erros e acertos em várias partes do mundo, não cheguei a nenhuma conclusão fática em relação à ação humana, mas, imbuído do desiderato de bem informá-lo e de haver encontrado ao longo dessa “viajem” o amor e ver realizados alguns sonhos, muitas vezes, com pesados    pedágios, que dificulta ao homem alcançar outros sonhos e objetivos antes de chegar ao final da viajem, mesmo quando  ele usa apenas as asas da imaginação.

VANDERLAN DOMINGOS DE     SOUZA é advogado, escritor, ambientalista. Presidente da Visão Ambiental e diretor da UBE - União Brasileira dos Escritores. Email: vdelon@hotmail.com e vanderlan.48@gmail.com.  BLOG: tidelon.blogspot.com.

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